Por muito tempo, eu me enganei dizendo que "não era o momento certo para escrever". Às vezes, eu precisava de silêncio. Outras vezes, de mais energia. E, quando todas as condições estavam perfeitas... aparecia uma nova desculpa. Demorei a perceber que não era falta de tempo nem de inspiração, era procrastinação mesmo.
Aos poucos, fui criando algumas estratégias que não aprendi em livro de produtividade, mas na prática, tentando não abandonar os textos pela metade. Talvez elas também funcionem com você:


1. Não espero mais a vontade vir

Escrevo sem estar 100% inspirado. Muitas vezes, é no meio do rascunho desajeitado que as boas ideias aparecem. Tem dias em que escrevo com gosto. Outros, como quem varre a casa: porque precisa ser feito. E tudo bem.


2. Começo pequeno, mas começo

Não digo “vou escrever um conto hoje”. Digo “vou escrever por 10 minutos”. Pode parecer pouco, mas é o suficiente pra quebrar a inércia. Quase sempre, passo desses 10 minutos. Mas se não passar, tudo bem também, o importante foi sentar e fazer.


3. Aceito escrever mal

Demorei para entender que o primeiro rascunho não precisa ser bonito, muito menos publicável. Ele só precisa existir. Hoje, escrevo sabendo que vou editar depois. Essa liberdade me ajuda a não travar diante da folha em branco.


4. Criei pequenos rituais

Um café, um caderno, uma playlist instrumental. Pequenos sinais que avisam ao meu cérebro: “é hora de escrever”. Pode parecer besteira, mas funciona. Criar o ambiente certo muda tudo.


5. Desligo o mundo

Escrever exige presença. Quando estou escrevendo, desligo notificações, deixo o celular longe. O mundo pode esperar meia hora. O texto, não.


6. Me comprometo com o processo

Tem dias em que o texto flui. Tem dias em que cada palavra sai arrastada. Mas comparecer é o que conta. Aprendi que constância vale mais que intensidade. Escrever virou hábito, não obrigação.

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Evitar a procrastinação não é sobre ser um robô produtivo. É sobre cuidar daquilo que se ama. E eu amo escrever. Quando lembro disso, fica mais fácil sentar e fazer o que precisa ser feito. Mesmo sem a tal inspiração mágica.